Como o seu nome sugere, o centro sociocultural Agóra tem a vocação de ser um local acessível e aberto para o encontro dos cidadãos e a sua expressão cívica.
Este caráter público e coletivo confronta a arquitetura com um duplo desafio: por um lado, a sua função pública implica um programa complexo e múltiplo, que vai desde cultura, administração, encontro, entretenimento e serviços sociais. Por outro lado, apesar de ser um edifício, a sua verdadeira vocação está ligada ao conceito e às qualidades de um espaço exterior.
Propomos uma arquitetura integrada na topografia natural da terra e em continuidade com ela. E, para isso, os telhados são modelados como se fosse terra, plantada com sistemas verdes e hidropónicos, invocando a ficção simulada e decorativa de uma paisagem rural que está associada ao original.
A Montanha Mágica é oferecida como uma concha vegetal e protetora em que a arquitetura é camuflada para integrar a cidade e seus arredores, para nos lembrar a história e tradição de uma região ligada ao ambiente natural e rural, e promover uma ideia de cidade baseada na sustentabilidade e equilíbrio.
A Ágora é um contentor, uma caixa, mas em forma. Por isso, os sistemas de construção são os dos contentores, os das caixas: estrutura de rede metálica de grandes luzes no perímetro e plataformas horizontais construídas com sistemas pré-fabricados (lajes e vigas de betão armado, vigas de madeira laminadas e placas de sanduíches de madeira) sem estrutura intermédia. Como resultado destes sistemas estruturais e construtivos, o espaço é oferecido aberto e diáfano, com um sistema de repetidas coberturas modulares e salas abertas e contínuas.